Arte de Portas Abertas - 2000, 2004, 2005, 2006
Virgílio de Souza *
Heloisa Pires Ferreira – É preciso que as portas estejam abertas, sempre abertas para todas as artes.... [...]
Uma artista respeitada e conceituada.
A qualidade nos trabalhos que realiza fez com que a artista se tornasse conceituada e muito respeitada. Trabalhou durante muitos anos no Sesc, onde desenvolveu vários projetos, inclusive diversas publicações voltadas para as artes plásticas. A qualidade de seu trabalho lhe garantiu duas importantes viagens ao exterior.
A primeira no final de 1979, quando trabalhava na Oficina do gravura do Ingá , em Niterói. Ganhou uma bolsa pela Fundação Gulbenkian de Lisboa, para ficar um ano e meio em Portugal, e na ocasião conheceu a Espanha, a Itália e o norte da África. A segunda em 1981 quando foi a Venezuela participar de um Festival Internacional de Cultura, e ficou por dois meses. Essas duas viagens, num espaço curto de tempo, acabaram por criar uma grande inquietação nos conceitos da artista.
-Minha ida `Europa e posteriormente a Venezuela, num encontro com vários artistas das mais diferentes áreas, me trouxeram uma certa inquietação. A verdade é que muitas pessoas, por serem ignorantes ou pelo desejo de mostrar que são importantes, só querem saber e só se importam com o que há de bom na produção artística dos Estados Unidos e da Europa. È como se nossa cultura fosse uma meleca, um lixo. Acabei por fazer um trabalho que retrata a morte da cultura na América Latina. [...]
Passada esta fase em que trabalhou a América Latina, a artista fez um trabalho valorizando os estados brasileiros, suas cores, animais e natureza. Em junho de 2004, viajou a Estocolmo, na Suécia, onde pôde apresentar suas obras.
- O trabalho que levei a Suécia nunca apresentei no Brasil. Esta exposição aconteceu de maneira curiosa, pois uma pessoa que viu alguns trabalhos de gravura e bordado, ficou absolutamente apaixonada e, depois de alguns contatos, me convidou para expor em Estocolmo. Era uma pessoa rica, influente e acostumada a visitar grandes exposições.. Foram 40 gravuras e mais alguns panos e tapetes e a exposição foi um sucesso total. Eles se encantaram com a diversidade e o equilíbrio das cores e me fizeram muitos elogios.
Outro momento de reconhecimento importante ao trabalho de Heloisa foi em 2003, quando a escritora Marilena Chauí, além de fazer uma análise filosófica sobre sua arte, decidiu colocar O Sol Negro como capa de um de seus livros.
Viver é um arte
Heloisa deveria ter nascido em Santa Teresa, bairro onde passou toda a sua vida. Mas, em razão de problemas de saúde da mãe, a família teve que se mudar para Teresópolis, onde nasceu. Quando era ainda pequena, a família voltou a morar em Santa Teresa. Ela não esconde paixão pelo bairro.
_ Amo esse bairro. As pessoas, as casas, os trilhos, o bonde, os costumes. Me identifico com o lugar. Esta ligação passa também pelo fato de a casa onde funciona hoje o Centro Cultural Laurinda Santos Lobo ter pertencido ao senador Pires Ferreira, que é da família. O fato do pai ser comunista em pleno governo Getúlio Vargas, e, em razão disso, ter que arcar com a opção política, acabou deixando marcas muito profundas.
_Meu pai era uma pessoa curiosa e muito bonita, pois num momento em que as pessoas se preocupavam com o crescimento do patrimônio, ele se preocupava em dividir coisas e com o bem-estar da humanidade. Ele era médico e advogado...[...] Era uma pessoa muito ligada ao Morro dos Prazeres e foi, inclusive a pessoa que fez o estatuto para a criação da Sociedade de Amigos do Morro dos Prazeres. Por sua influência, acabei também por me transformar em uma pessoa preocupada com as questões políticas e sociais. Até 1964, fiz um trabalho de arte no Morro dos Prazeres. [...] (o governo da ditadura proibiu).
*Entrevista ao Virgílio de Souza para Capital Cultural – agosto, 2005
A artista plástica Heloisa Pires Ferreira volta ao Arte de Portas Abertas, em Santa Teresa, para sua 15ª edição, com a exposição Gravuras e Bordados. Fazem parte da mostra cerca de 40 gravuras feitas ao longo de 30 anos de carreira, além de 15 bordados, modalidade artística que sempre a acompanhou por toda a vida, mas que só recentemente ela tem mostrado ao público. Os visitantes mais curiosos podem ainda aprender um pouco sobre as técnicas de gravura em metal através da apresentação de vídeos e materiais de trabalho.
“A gravura e o bordado são as direções dominantes da pesquisa de Heloisa: por isso, ambas se imbricam e se correspondem em muitos pontos, intensamente investidos pela narração.”
Mayra Laudanna e Leon Kossovitch
Dias 29, 30 e 31 de julho, 2005
Das 11h às 20h
Casa Alto Lapa Santa
Rua Joaquim Murtinho, 654
Tel.: 2232-8534

15ª Casa Alto Lapa Santa

Hotel Mauá Bela Vista
22 de outubro a 9 de dezembro de 2005
Exposição Pequenos Formatos
22 a 30 de outubro de 2005
Chave Mestra Rua Monte Alegre, 277
Santa Teresa

Auto Retrato:
Centro Cultural
Laurinda Santos Lobo
28, 29, 30 julho 2006 Casa Alto Lapa Santa Rua Joaquim Murti
nho, 654
Casa Alto Lapa Santa 28, 20, 30 julho 2006
Casarão do Unei
Rua Monte Alegre, 294
28, 29, 30 julho 2006
16ª Arte
Portas Abertas
Santa Teresa
Heloisa
Pires Ferreira
Tania Darc
José Régio
Tapete Andorinha - 2004 Fotos de Rubber Seabra Tapete Gavião - 1984

Tapete Gato - 1981 Fotos de Rubber Seabra Tapete Pássaro Listrado - 1990

Tapete Pássaro Folha - 1998 Fotos: Rubber Seabra Tapete Cachorro - 1982

Tapete Urso - 1980 Fotos Rubber Seabra Tapete Peixe - 1999

Tapete Burrico - 1995 - Fotos Rubber Seabra Tapete Cachorro Manso - 2003

Exposition
CHLOROFIL
RASIL, BRASLS
Hotel Mauá Bela Vista
Coletiva da
Chave Mestra
Associação de Artista de
Santa Teresa
USP - IEB - Trabalho de conclusão de
PAULA GALASSO sobre a
Gravura em Metal de Heloisa Pires Ferreira:
Percurso, Imaginário e Processo Criativo
ESCOLA DE COMUNICAÇÕES E ARTES
DEPARTAMENTO DE ARTES PLÁSTICAS