Heloisa Pires Ferreira em 1978 Foto: Silvia Cordoba
Osmar Fonseca
*
“Dar forma”
para Heloisa foi sempre um processo onde o método, o objeto e o autor formam um
todo indivisível. O objeto não sendo
representação diante do outro, “um estudo aqui”, mas “um sendo”. Ela começou seu trabalho através da pintura e
do desenho, abstrações onde a investigação do espaço interior (exterior?)
delineia a possibilidade de nomear o desconhecido. Para a percepção e
compreensão de seus trabalhos até hoje é necessário outra forma e espaço. Não
falo de problemas de composição gráfica, nem de formas, ou que formas em
determinados espaços, mas a necessidade vital de criação de espaço.
Vejo três etapas na evolução de seus trabalhos;
investigação, conquista e estabelecimento.
Desta última são os trabalhos apresentados nesta mostra. Nada me fazia prever a chegada em tal lugar,
o espaço estabelecido é outro que o esperado, ele é estendido ao máximo de sua
amplidão. Nada mais voa sob e sobre
imprecisos ventos. O que ela chama sonho
é o real no exato momento em que a terra surge e Heloisa pousa os pés no chão.
*Osmar Fonseca,
desenhista, e pintor apresenta a exposição: “Gravura Carioca hoje: dezesseis
novos gravadores”, Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, 1978.
Sol Branco - Gravura em metal: água tinta - 1978 0,39 x0,39 Foto: Henri Stahl
1978 - Exposição coletiva: Gravura Carioca Hoje,
Museu Nacional de Belas Artes - Rio de Janeiro - Exposição em 1976: convite