Osmar Fonseca *
“Dar forma” para Heloisa foi sempre um processo onde o método, o objeto e o autor formam um todo indivisível. O objeto não sendo representação diante do outro, “um estudo aqui”, mas “um sendo”. Ela começou seu trabalho através da pintura e do desenho, abstrações onde a investigação do espaço interior (exterior?) delineia a possibilidade de nomear o desconhecido. Para a percepção e compreensão de seus trabalhos até hoje é necessário outra forma e espaço. Não falo de problemas de composição gráfica, nem de formas, ou que formas em determinados espaços, mas a necessidade vital de criação de espaço.
Vejo três etapas na evolução de seus trabalhos; investigação, conquista e estabelecimento. Desta última são os trabalhos apresentados nesta mostra. Nada me fazia prever a chegada em tal lugar, o espaço estabelecido é outro que o esperado, ele é estendido ao máximo de sua amplidão. Nada mais voa sob e sobre imprecisos ventos. O que ela chama sonho é o real no exato momento em que a terra surge e Heloisa pousa os pés no chão.
*Osmar Fonseca, desenhista, e pintor apresenta a exposição: “Gravura Carioca hoje: dezesseis novos gravadores”, Museu Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, 1978.
Museu Nacional de Belas Artes - Rio de Janeiro - Exposição em 1976: convite

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