domingo, 7 de agosto de 2022

1990 - Capa da Revista Aió, divulgação no jornal A Razão por Antonio Carlos Rocha e cartão postal. Exibição do vídeo "A Fibra do Papel" - de Ernani Ferraz e Inês Cavalcanti na Galeria de Arte Sesc Tijuca , Parque Laje, Sesc Niterói, Sesc Friburgo, Itaipava e História da Gravura no Brasil com o filme Gravando


Filme "Gravando"

História da Gravura no Brasil

Produzido em 1990 por Sonia Garcia na TVE

Parte 1

Parte 2

Parte 3

Parte 4




Heloisa ilustra com a Gravura em metal: Sol Sanguíneo; buril e ponta seca a capa da revista Aió

Antonio Carlos Rocha comenta sobre a publicação no jornal A Razão.

 



Gravura em metal: buril e ´ponta seca - 1989 - 16,50 x 19,50





















Exibição do vídeo "A Fibra do Papel

de Ernani Ferraz e Inês Cavalcanti na Galeria de Arte Sesc Tijuca , Sesc Niterói, Sesc Friburgo

Exposição de Gravuras: Metal & Madeira 

Galeria de Arte Sesc Tijuca

Apresentação de Rogério Luz

1990

___Quando criei esta Oficina fiquei com muitos pudores - não sei se essa é exatamente a palavra.  Não queria que ninguém se mostrasse influenciado pelo que eu fazia e preferi deixar as minhas antiguidades guardadas para o momento certo.  Esta é a minha terceira exposição junto aos meus alunos e acho que agora cada um já encontrou seu próprio caminho, sua linguagem específica - diz Heloisa


Foto de Marcos Issa 

O Globo - 04/12/1990 

 

Fazer o seu ofício                         * Rogério Luz                

Oficina, s.f. (fig.) Lugar em que se opera transformação notável. (Caldas Aulete, Dicionário Contemporâneo de Língua Portuguesa.

       Trabalhar com arte tornou-se, no Brasil, uma tarefa histórica urgente. Na produção artística, proliferam as diferenças: são elas que figuram para onde, como povo, desejamos prosseguir. Se quiser sobreviver, a sociedade brasileira deve buscar não a mesmice da identidade cultural mas a experiência social da diversidade e um imaginário ecumênico. A terra habitada pelo homem é, hoje toda a terra.

       O incentivo a este trabalho com arte é fundamental: trata-se de nosso destino que se singulariza em cada artista e, por isso mesmo, ganha cidadania do mundo.

       A iniciativa particular tem, neste trajeto, uma função a desempenhar, da qual se desincumbe geralmente através do patrocínio que viabiliza a circulação da arte e, mais  especificamente,, sua comercialização.  Mas as tarefas propriamente culturais necessárias ao desenvolvimento do

nosso povo são de tal monta que não se podem reduzir – sob pena de irresponsabilidade social – ao parâmetro que rege a rentabilidade de mercadorias, serviços e imagens de marca. Essa redução, tentação de todo patrocínio, e um aspecto da crise da cultura que afeta as sociedades submetidas à lógica do binóculo/consumo.

Ora, quando uma entidade empresarial de classe, como o Sesc, instala e subvenciona uma Oficina de Gravura é preciso pensar no que isso implica, nos benefícios e riscos de tal iniciativa.

       Através de uma atividade educativa, o sentido generoso da expressão, o Sesc não pretendeu apenas patrocinar uma atividade ou gerar um circuito de trocas, mas si, e é isso que mais importa, promover a produção da cultura. Esta a noção fundamental: o apoio à produção, sem retorno imediato. Em um núcleo de trabalho como a Oficina, aguça-se a sensibilidade visual e almeja-se a qualidade gráfica, ao abrigo das pressões imediatas do mercado. É o equivalente das equipes de pesquisa fundamental em ciências humanas. A Oficina contribui, no seu âmbito de atuação, para a superação de nossas  carências na leitura e compreensão da linguagem imagética, linguagem predominante no modo de vida urbano articulado pela mídia.

       Mas não se corre o risco de ver esse apoio, parta ele do empresário isolado ou de associações de classe, transformando-se em um novo dirigismo, segundo injunções de mercado e de um equivocado gosto médio que desdenha as exigências e os rigores de quem efetua o  pensamento através da imagem?

       Quanto a isso, ressalte-se o acerto da escolha, para a orientação da Oficina, de artistas com reconhecida presença na área de artes plásticas, depositárias de uma tradição da gravura e do desenho.

       Não cabe aqui historiar o movimento que fez ressurgir a gravura no Brasil, mas é impossível ignorar que tal movimento criou uma tradição. Pensa-se a cultura, por vezes, em termos exclusivos de emergência do novo, mas ela se faz em continuidades e rupturas a partir do solo de tradições vivas. A Oficina se inscreve no prolongamento dessa tradição da gravura brasileira, que ela ao mesmo tempo perpetua e renova.

       Evidencia-se, desta forma, a necessidade do estabelecimento e da continuidade de linguagens de tradução cultural que possam resistir à crítica leviana e a sucessão de modismos, aos quais nossas elites são, pela própria condição dependente dos centros culturalmente hegemônicos, tão permeáveis. O apoio do Sesc ao ensino e à produção da arte da gravura dá exemplo de como inserir-se responsavelmente em uma linha de atuação cultural e o faz porque pode contar com os artistas que dirigem a Oficina, nela ministram cursos, nela trabalham.

       Não se escaparia ao risco de dirigismo cultural se outra fosse a orientação dada ao trabalho quotidiano da Oficina.

       O que a presente exposição testemunha não é tão-somente a liberdade de que gozam a direção e os mestres da Oficina no seu encaminhamento, mas a liberdade com que os artistas atuantes conceituam e desenvolvem suas própria expressão, através do progressivo domínio dos meios técnicos. Firmou-se uma forma de operar que não impõe estilos de escolas nem tendem a defender interesses grupais, o que, em nosso país, deve surpreender. Daí decorre uma diversidade de olhares: figura e abstração, expressão do sentimento e geometrização da forma, ênfase na matéria ou no conceito. Confronto paciente entre obras em processo de mutação e crescimento, algumas com definição perfil, outras procurando caminhos. Irregularidade, sim, deste percurso que é a própria aventura da arte.

       Heloisa Pires Ferreira e Anna Carolina têm uma participação exemplar, o sentido de resumirem, através de obras menos recentes, suas propostas de base. Heloisa reafirma uma concepção que alia o espaço lírico ao rigor da técnica e da forma. Anna, e xilo se põe a serviço das relações entre ícone e verbo, sintetizadas no conceito esquemático de um sentimento.

       Com o intuito de convidar cada espectador da atual mostra a elaborar sua própria maneira de ver, apresento adiante brevíssimos indicadores de leitura sobre os artistas presentes.

        Trabalhando com a repetição de objetos e espaços quaisquer, o rico nervoso de Mario Orlando cria, no pequeno formato, dimensões de monumentalidade.

       A tradição expressionista, em que objetos, lugares e climas a um tempo se estranham e se confundem, Abraão Debrito acrescenta humor e movimento, no desarranjo de suas máquinas urbanas.

       Os fragmentos de corpo, no trabalho de Paulo Casar Rocha, em busca de elegância e de silêncio, tendem ao plano e à curva rigorosa em texturas sutil.

       Liege Nascimento usa o papel artesanal não como suporte, mas como componente dinâmico de uma poética que reúne geometria e natureza, na linha de primitivas culturas.

       Jogando com abertura de plano que a cor ou a perspectiva estimulam, Inês Cavalcanti recupera o olhar sobre o cotidiano.

       Rosi Orsi, através de uma técnica apurada,  figura a mulher, como em recorte, entre o próprio corpo e o olhar do outro.

       Ao investigar a intimidade de cada objeto, até a perda da identidade, Irmgard descobre estruturas prestes a eclodirem no tempo.    

       Na ideia de série e repetição, Teresa da Rocha explora a incisão da cor para além do efeito decorativo do friso.

       Luís Caillaud na raiz negra e popular um princípio de tensão entre puras forças e uma ordem formal.

       Leão de Alencar trabalho o metal e a madeira para, no diálogo entre eles, liberar o traço e alcançar um modo superior de expressão organizada.

       Em sua pesquisa descritiva e documentária, Armando Carvalho Pereira descobre o poder simbólico das texturas do vegetal e de suas disposições no espaço.

       É dessa maneira que a arte, campo de experiência possível, vai sendo assumida pela Oficina em suas certezas e fragilidade.  Aposta-se na promessa de que o exercício esteticamente livre, mas disciplinado – a “liberdade no sensível” de que nos fala, ainda no século dezoito, o dramaturgo e pensador alemão Schiller – é capaz de inventar uma realidade compartilhada que recupere o olhar e a imagem para novas maneiras de ser e de viver insubmissa à barbárie com que nos ameaça um mundo consumista, poluidor e nuclearizado. Desde já, essa aposta está ganha.

                                                           Rogério Luz*

·      Rogério Luz é artista plástico e professor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

 

Galeria de Arte Sesc Tijuca

 


04 a 27 de dezembro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

6 anos de Oficina 

Foto de Ferreira Junior 
 O Globo 
Metal & Madeira divulgação

 Coletiva da Oficina de Gravura Sesc Tijuca em Friburgo na Galeria de Arte
 

Release da exposição da Oficina em Friburgo 

Convite da Oficina em Nova Friburgo

 
Exposição da Oficina de Gravura Sesc Tijuca na Galeria de Arte Sesc Niterói
O Globo de Bairros - Tijuca - foto de Ignácio Ferreira, divulga a exposição em Niterói 

Presrelease da expô
O Globo em 11 de julho de 1990 divulga
 
Mostra Coletiva de Gravura em Itaipava
Abraão Debrito  premiado em Curitiba e participando da Bienal de Porto Rico participa da coletiva: Artistas do Sesc no Parque Laje em 1990
Gabinete de Gravuras do Parque Laje expõe trabalhos de Gravadores da Oficina de Gravura do Sesc
release

Expositores
 
 
 
 

 

 

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