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Morte - Gravura em metal: ponta seca , águas tinta e forte - 1976 - 0,32 x 0,36 Foto; Henri Stahl
* Mirian de Carvalho 08/01/1991
Para Heloisa Pires Ferreira *
O metal pulsa – animus e anima – assim o ácido, o buril, a androginia originária da mais alquímica das artes. A matéria se transforma o metal vibra, um pássaro desperta. Seres originais, os pássaros; vêm sempre de algum leste. Nas mãos da gravura há linhas entrecruzadas, um labirinto, um nascente. As mãos de Heloisa preparam sonhos alados, mundo de outros mundos, canto, desejo e pluma.
Nascido do azul, AZUL é o pássaro a olhar do alto a terra. Negro é o pássaro ocultado pela noite. Caustico, o útero aquoso que o acolheu num tempo anterior – seu cosmos de origem. Perfeita a cópula que oconcebeu imperfeito – completo e inacabado – talhe e prumo e seu oposto, o vôo invertido demarcado em silêncio.
Oposição da imagem, a inexistência e presença a vida e seus contrários possíveis, outro reverso na imagem no renascer alquímico – em algum sentido a morte é busca de sentido, mergulho das asas Jô fundo da terra.
A terra, de baixo contemplada, é uma estrela distante. Lá, ele repousa exangue e exausto. Receptiva de sonhos é a noite. O metal se percebe feminino, o ácido é sêmen – a vida é o corte - a cor, lágrima de Narciso sobre a plumagem nascente, matriz de águas longínquas – correnteza ntre o nada e o caos – entre o vôo e o mergulho.
Nascido da água, transitivo e especular, pluma e desejo, azul e negro, a transcender o nada e seus opostos. O nado, fuga e reencontro. O rio de seus devaneios é pássaro e lago – todos os pássaros num só pássaro – um lago ao fundo a solidão e suas raízes possíveis, e o canto ao largo. Corpo sagrado, canto profano, ambíguo, eles nos olhos do fundo de um espelho. Nesse lugar o pássaro é um jardim, flecha vertida pelo acaso. De seu olhar surgem flores de lótus; TRANSITIVO, negroazul – o outro lado da morte – sobre o metal e revê seu duplo, que o imagina único sobre um azul celestial.
*Mirian de Carvalho
Associação Internacional de Críticos de Arte
Suicídio - Gravura em metal; ponta seca, águas tinta e forte - 0,39 x 0,37 cm -1976 - Foto Henri Stahl
Em 1993, na Oficina de Gravura Sesc Tijuca, Elias Cassib, Gilberto Grimming e Paulo Cesar Rocha elaboram Aspectos Básicos da Gravura em Metal
O princípio básico da gravura em metal é, fazendo qualquer tipo de incisão numa chapa de metal, a tinta aí contida passará, sob pressão, para a folha de papel.
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