Espaço Devastado - Gravura em metal: buril e água tinta - 1988 - 0,30 x 0,42cm foto: Henry Stahl
Inauguração dia 27/02 até 29/03 - 1992
Sala Carlos Oswald
Rua México esquina de Heitor Mello
Museu Nacional de Belas Artes
ESPAÇOS PARTIDOS NA GRAVURA DE HELOISA PIRES FERREIRA
Mario Barata *
Nos últimos quatro anos acompanhei as mostras de Heloisa e sua criação como gravadora em metal, que domina os seus instrumentos de trabalho. Ela própria imprime as estampas de sua arte elaborada, que já recebeu o apoio de Edith Behring, Lívio Abramo e Anna Letycia, entre outros importantes gravadores em nosso país.
A artista sente uma atração permanente pelas riquezas do grafismo que se já evidenciara na fase primeira de sua arte, expressão em desenhos de traços miúdos formando conglomerados gráficos e representando peixes ou pássaros de sua inventiva. Ao dominar mais a técnica da gravura, concentrou-se nesta última, aproveitando a água tinta para exprimir-se em cores terrosas de sons profundos, como fundo de linearismos vigorosos, avizinhados estes, em trechos da superfície, a traços marcantes e sensíveis de buril. Dinamismo e interioridade estão contidos nessas obras.
Agora Heloisa Pires Ferreira passa por uma mutação temática e formal de que a atual exposição é um resultado. Aqui ainda veremos a fase de “sóis” e galáxias, com núcleos circulares centrando a composição. Neles a vibração da água tinta é fundamental e a força do buril, no setor em que surge, se exprime com delicadeza. Todavia também figura nesta mostra a nova fase em que a artista acaba de entrar, fase de sensibilidade ao conteúdo latino-americano, em que consegue exprimir dramas de nossa gente, de maneira pessoal e com signos cartográficos e econômicos, reflexos da difícil vida desta Nossa América. São esses os espaços partidos da simbologia de base dos países do México e América Central, Antilhas e Sul América, simbologia na qual intervém o grafismo dos traços de buril mais do que uma explícita cartografia.
Na representação simbólica da Venezuela e Colômbia, Equador, Peru e Argentina e na de outras nações que surgem nas gravuras desta recente fase de Heloisa, confirma-se a sua inventividade e os seus caminhos tão pessoais. Dos espaços é mais complexo e chega a ser surpreendente o “Espaço Devastado” (água tinta e buril), que se acha mesmo partido em duas chapas fundamentais e afastadas em retângulos paralelos, tendo havido outras duas matrizes, que foram destinadas a obterem, por superposição, os brilhantes dourados e a cor de sombra desse mundo visual. Moedas e ouro fixam o ataque do mal do mundo. A cartografia contribuiu diretamente para a simbologia, estando nessa peça, em um lado, o Brasil e “escorço” da América do Sul.
Do outro lado, toda a América Latina vista do Norte para o Sul, na visão espacial obtida a partir dos EEUU.. Esses impulsos espontâneos e originais de representação surgem agora, na obra da artista, como conquista temática independente de formulações ideológicas, mas profunda expressão de sentimentos e realidades humanas.
É essa mostra, que vai das formas de espaços estelares à formalização de espaços do continente americano, que marca nova mutação da arte de Heloisa Pires Ferreira.
* Mario Barata, Membro do Conselho da Associação Internacional de Críticos de Arte. Apresentação da exposição na Sala Carlos Oswald – Museu Nacional de Belas Artes, RJ – 1992.
Texto de Mario Barata afixado na galeria Carlos Oswald
Gravuras expostas
Estrela - Gravura em metal: ponta seca - 1992 - 0,24 x 0,30 cm Foto: Henry Stahl
Bahia - Técnica mista: gravura em metal: águas tinta e forte e xilo - 1992 - 0,35 x 035 cm - Foto: Henry Stahl
Banner afixado na fachada do Museu
Entrada pela Rua México esquina da Rua Heitor de Mello
Mario Margutti * comenta sobre a exposição
América Dilacerada – “Espaço Partido” é o nome da exposição de gravuras de Heloisa Pires Ferreira que será inaugurada na quinta-feira ao meio dia, na Sala Carlos Oswald do Museu de Nacional de Belas Artes. Utilizando as técnicas de burila, água-tinta e água forte, a artista nos oferece um olhar sobre o dilaceramento da América Latina: os mapas dos países de pernas para o ar, territórios fragmentados com homens se afogando no mar, denunciando o dinheiro, através, de símbolos gráficos, como a raiz de todos esses males.
Diz a artista: “ Estes trabalhos decorrem de uma pesquisa iniciada em 1981, que começou a ser materializada a partir de 1983. Minha preocupação maior é plástica, mas há um sentido político nesta série: gostaria que todas as pessoas voltassem a pensar na América Latina, em todos os países que se tornaram caóticos e sofridos, nesses espaços partidos que se tornaram nossa vida neste continente.”.
Um dos trabalhos reflete, na anarquia da composição, a anarquia da vida latino-americana: os mapas dos países apresentados como um quebra-cabeças sem pé sem cabeça. Outro enfoca o sofrimento do povo nicaragüense. Estrelas e cometas assinalam a dimensão cósmica dessas rupturas vitais.
Apresentando a mostra, Mário Barata comenta essa bela e espinhosa cartografia:”também figura nesta exposição a nova fase em que a artista acaba de entrar, fase de sensibilidade ao contudo latino-americano, em que consegue exprimir dramas de nossa gente, de maneira pessoal e com signos cartográficos e econômicos, reflexos da difícil vida desta Nossa América. São Esses espaços partidos da simbologia de base dos países de méxico e da América Central, Antilhas e América do Sul, simbologias na qual intervém o grafismo dos traços de buril mais do que uma explicita cartografia”.
Nascida em Teresópolis, Heloisa Pires Ferreira é professora de gravura da Oficina de Gravura do Sesc Tijuca e já tem mais de 20 anos de carreira. Expôs em Portugal, Equador, China e em Porto Rico – e já foi premiada em salões do Paraná e por sua atuação como professora de arte.
* Mario Margutti, Critico de arte – 1992 Capital Cultural - Jornal do Commercio
Convite
Devastação - Gravura em metal: águas forte e tinta - 0,30 x 0,24 cm - 1990 - Foto: Henry Stahl
Sol Verde/Sangue, Sol Verde e Sol Amarelo
Sol Verde Sangue : Gravura em metal: buril, ponta seca e água tinta - 1987 - 0,14 x 0,20cm
Foto: Henry Stahl
Sol Amarelo - Gravura em metal: buril e ponta seca 1992 0,20 x 0,22 cm
Foto: Henry Stahl
Nascimento do Sol - Gravura em metal: buril - 0,22 x 0,20 cm 1989
Foto: Henry Stahl
Divulgação da Exposição
GRAVURAS NO MUSEU*
Heloisa Pires Ferreira, professora do Sesc, estará expondo gravuras de metal, a partir do dia 27 de fevereiro, no Museu Nacional de Belas Artes, na Sala Carlos Oswald, com entrada pela rua México, 31. A exposição termina a 29 de março.
Heloisa assessorou a equipe e arquitetos e engenheiros no planejamento e na montagem do Atelier de Gravura de Metal do Sesc –Tijuca, em 1983. Coordenou os trabalhos da Oficina por 8 anos, convidando diferentes professores para orientarem cursos de desenho, xilogravura, gravura em metal e monotipia. Procurou-ser questionar as artes visuais na comunidade. A Oficina de Gravura do SESC Tijuca possui hoje 16 prêmios nos principais salões oficiais e dois gravadores representaram o Brasil em Porto Rico e na China.
Jornal Sesc Rio – ano XVIII – 207 – 1992.Alexandre França*
Pedaços do globo nas gravuras de Heloisa Pires Ferreira – Nas gravuras da artista plástica Heloisa Pires Ferreira, o Brasil está literalmente de cabeça para baixo. A América Latina também não esta representada de acordo com a nossa cartografia. Os mapas da Colômbia, da Venezuela, da Bolívia e da Argentina foram despedaçados para formar um “espaço partido”, título da exposição que Heloisa apresenta a partir da próxima quinta-feira, no Museu Nacional de Belas Artes.
São 31 gravuras em metal, divididas em dois temas; espaço terrestre e espaço cósmico. O primeiro se refere ao desmonte da cartografia da América Latina para formar mapas deferentes. No segundo imperam, sóis, centros gravitacionais e outros elementos de esfera sideral. Em algumas gravuras, os dois assuntos se misturam, como no caso do “Espaço Partido”. Nesta, os mapas do Brasil de cabeça para baixo, do sul da América Latina e da América Central giram ao redor de uma rosa dos ventos.
___Em uma gravura, está o mapa do México sobre um outro ângulo e reparei que se assemelhava a um dragão. Acho que essas figuras estimulam a reflexão. Nosso olhar costuma tender para a Europa e esquecemos de falar sobre nós mesmos – diz Heloisa.
Os mapas começaram a se inverter na cabeça de Heloisa a partir de 1977, ano em que ela expôs no Rio Grande do Sul. A diferença cultural e econômica deste estado como resto do Brasil fez com que se sentisse em outro país. Depois, ela viajou para a Venezuela, onde a miséria é maior ainda. No ano seguinte, foi para a Europa e os contrastes ficaram ainda mais nítidos. Tanto que decidiu transpotá-los para o papel.
___Primeiro, as diferenças de um lugar para outro me deixaram muito confusa e mexeram comigo. Quando os contrastes começam a ficar definidos, fiz alguns desenhos sobre o assunto. Projetei 50 desenhos de mapas despedaçados até reunir os melhores temas para as gravuras – conta.
A temática sobre espaços gráficos é um prolongamento dos primeiros trabalhos de Heloisa em gravura. Ela começou a desenhar bichos, que saiam ou entravam em buracos. A partir desses grafismos, e já interessada nos mapas, começou a pesquisar a cartografia antiga da América Latina. Nessa época chegou a sonhar com caravelas portuguesas.
___Eu sonhei várias vezes com caravelas e moedas. Por causa disso usei temas que abordam o poder do dinheiro sobre o homem e cheguei às gravuras que tratam da dominação econômica na América Latina. Mostro também como ela esta dividida por causa da morte de sua cultura – adianta.
Sucesso em salões nacionais e várias exposições no exterior.
Atualmente, Heloisa faz mais gravuras do que desenhos, mas não começou sua carreira com nenhuma das duas atividades artísticas.. Na juventude, ela passava quase um dia inteiro pintando em seu ateliê improvisado. Na realidade, uma casa no meio do mato, em Santa Teresa. Em, um dos desmoronamentos comuns no bairro, seu ateliê foi junto, com todos os quadros lá guardados. Traumatizada com a perda, ela resolveu tentar a gravura e começou a ter aulas com Maria Lucia Luz e Osmar Fonseca.
___Eu tinha sempre, um tema para pesquisar. Lembro-me que Maria Lucia pediu para eu desenhar várias pessoas. Esperava o bondinho passar para retratar os passageiros, só que, às vezes, o bonde descia rápido e eu nem tinha tempo de pintar direito, mas fazia desse jeito mesmo – recorda-se.
Heloisa mora e trabalha em Santa Teresa. Foi no bairro que ela participou de sua primeira exposição, a “Semana de Santa Teresa’, em 1973.
Sua primeira individual foi no Rio Grande do Sul. Depois, vieram exposições no exterior, em Portugal, Equador, China e Porto Rico, além de premiações em salões do Paraná. Na Europa, fez vários cursos de gravura. Aqui, seu trabalho foi acompanhado por professores particulares. Há 20 anos quando começou a fazer gravura, somente a Escola Nacional de Bela Artes oferecia a especialização, que não lhe agradou por ser limitar ao academismo.
A exposição, “Espaço Partido” será inaugurada nesta quinta-feira, às 12h, no Museu Nacional de Belas Artes(Avenida Rio Branco, 199). A mostra pode ser vista até o dia 29 de março, de segunda a sexta, das 10h às 17h30m.
*Alexandre França - O Globo, pág. 35, 1992.
Antonio Carlos Rocha*
No ano em que se comemoram os 500 anos do descobrimento da América, a artista plástica Heloisa Pires Ferreira acaba de realizar no Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, uma importante exposição de gravuras em metal, batizada pela própria de “Espaço Partido”.
Na verdade, “Espaço Partido” é a América Latina. É essa nossa América sofrida, dilacerada e espoliada. É a miscigenação de raças espelhando e expressando, sobretudo, o colonialismo a que fomos submetidos e o neocolonialismo a que estamos subjugados ao longo desses cinco séculos de História.
Criativamente a artista inverteu a posição dos países. O Brasil, por exemplo, está de cabeça para baixo E as demais nações estão soltas, flutuando no espaço, distantes de suas raízes e fronteiras como se fossem corpos celestes fora de órbita e perdidos de suas rotas.
Paralelamente a este “novo mapa” há todo um grafismo e simbolismo repletos de signos e sinais geoeconômicos-cartográficos evidenciando o maior drama dos povos que se encontram ao sul do Rio Grande (isto é, o rio que separa os EUA do México).
Heloisa, nos últimos 30 anos, vem se dedicando à gravura e ao ensino dessa nobre arte. Tem várias exposições no Brasil, Argentina, Paraguai, Equador, Portugal, Porto Rico e até...na longínqua China. Prêmios importantes contam-se no currículo dessa teresopolitana radicada no Rio.
“ Espaço Partido” não é apenas mais uma mostra, é uma reflexão sobre o nosso tempo. Reflexão que merece ser vista em outros estados brasileiros, outros países de nuestra América e até outras nações do planeta.Ao todo são 30 gravuras mostrando dois, rosa dos ventos, estrelas, explosões estelares e/ou siderais, símbolos de moedas de alguns países, folhas abismos, buracos, sementes, nascedouros, florestas etc.
Apesar de tudo isso, vemos na obra de Heloisa Pires Ferreira um sinal de esperança e mensagem que nos leva a repensar o nosso passado, refletir o presente e (re)começar a pensar o futuro. Não é uma utopia infundada o que ela nos propõe com esse “espaço partido”, é uma meditação plástica, visual, artística sobre a terra que habitamos.
*Antonio Carlos Rocha, professor e escritor apresenta Heloisa no Jornal A Razão, em julho de 1992.
Sol Sangue I - Gravura em metal, buril e água tinta - 1988 - 0,14 x 0,20 cm
Foto: Henry Stahl
México - Gravura em metal: águas tinta e forte - 1992 -0,35 x 0,35 - Foto: Henry Stahl
O Globo, 21 de fevereiro, Coluna Swann - Ricardo Boechat divulga a exposição
Venezuela - Gravura em metal: águas tinta e forte - 1984 - 0,24 x 0,30 cm - Foto: Henry Stahl
Mario Barata comenta sobre a exposição no Jornal do Commercio em 4 de março
Mario Barata*
Acha-se aberta ao público, no Museu Nacional de Belas Artes, boa exposição de gravuras de Heloisa Pires Ferreira.
Nos últimos quatro anos acompanhei as mostras de Heloisa e sua criação como gravadora em metal, que domina os seus instrumentos de trabalho. Ela própria imprime as estampas e sua arte elaborada, que já recebeu apoio e compreensão de Edith Behring, Livio Abramo e Anna Letycia, entre outros importantes gravadores em nosso país.
A artista sente uma atração permanente pelas riquezas do grafismo que já se evidenciara na fase na fase de sua arte, expressa em desenhos de traços miúdos formando conglomerados gráficos e representando peixes ou pássaros de sua inventiva. Ao dominar mais a técnica da gravura, concentrou-se nessa última, aproveitando a água tinta para exprimir-se em cores terrosas de sons profundos de linearismos vigorosos, avizinhados estes, às vezes, em trechos de superfície, a traços marcantes e sensíveis de buril. Dinamismo e interioridade estão presentes nessas obras.Agora, Heloisa Pires Ferreira passa por uma nutação temática e formal de que a atual exposição é um dos resultados. Aqui ainda vemos a fase de “sóis” e galáxias, com núcleos circulares centrando a composição. Neles a vibração da água tinta é fundamental e a força do buril, no setor em que surge, se exprime com delicadeza. Todavia também figura nesta mostra a nova fase em quea artista acaba de entrar, fase de sensibilidade ao conteúdo latino americano, em que consegue exprimir dramas da nossa gente, de maneira pessoal e com signos cartográficos e econômicos, reflexos da difícil vida desta Nossa América. São esses espaços partidos de simbolismos de base dos países de México e América Central, Antilhas e Sul América, simbologia na qual intervém o grafismo dos traços de buril mais do que uma explícita cartografia.
*Mario Barata, escreve na coluna “Opinião”; Jornal do Commercio sobre a exposição, março de 1992.O avesso das artes *
Quem será que fez a entrevista?
O Brasil está de cabeça para baixo. Mas pelo menos por enquanto, só numa das 31 gravuras em metal que Heloisa Pires Ferreira vai expor a partir de hoje, 27 de fevereiro, às 12h, no Museu Nacional de Belas Artes. A exposição “Espaço Partido”, de Heloisa será na Sala Carlos Oswald.... Segundo Heloisa Pires, sua obra convida a uma reflexão sobre os problemas da América Latina.
“Acho muito bom que a exposição seja agora, a épocado carnaval. É impoortante que todo mundo se divirta, mas também não se esqueça de pensar um pouco ao que acontece por aí. Precisamos descobrir o belo até mesmo nas coisas mais tristes. Em um dos meus trabalhos , há uma caveira vermelha. Ela representa a morte, mas nem por isso é preta”, observa Heloisa.
Siglas de moedas, estrelas, cometas e sóis se espalham pelas gravuras, que expôs em Portugal, na Itália, no Equador, na China, em Porto Rico e em outros lugares. Premiada com uma bolsa de estúdios na Europa e no salões: de gravura carioca e paranaense. Heloisa se apresenta disposta a propor uma nova visão das coisas às pessoas......
Tribuna da Imprensa: Tribuna Bis 27/02/1992 – pág 5
Elos - Xilogravura - 1986 -
Folha de Santa Teresa divulga e exposição no MNBA
O Globo Tijuca - 9 de junho - 1992
divulga o curso de Gravura em |metal com a professora Heloisa Pires Ferreira na Oficina de Gravura Sesc Tijuca
Participa do Simpósio Sobre Educação Estética e Meio Ambiente na UFRJ em 1992
1992 - Encontro com Pintores Brasileiros - Casa de Cultura Lauro Alvim
1992 - Escolinha de Arte do Brasil mostra Acervo no Sesc/ Meriti
Doação de 5 gravuras expostas no MNBA
44 anos de Escolinha de Arte do Brasil - II Encontro Latino Americano de de Educação Através da Arte - ELAEA/92 - Mezzanino do
Nenhum comentário:
Postar um comentário