terça-feira, 29 de outubro de 2024

2024 - 22º Curso de Preservação de Acervos Fundação Biblioteca Nacional- Filme de um uma hora: Gravando, produzido por Sonia Garcia e o Vídeo A Fibra do Papel produzido por Inês Cavalcanti e Ernani Ferraz

 

Palestra: Alinhavando o tempo – Reflexão de Heloisa Pires Ferreira sobre o convívio com a GRAVURA e o BORDADO CRIADOR.

Heloisa sorteou a gravura em metal 18/40, em buril - Nascimento do Sol - entre os presentes.

Palestra: Youtube:   https://drive.google.com/file/d/1JKnfcJ4hCOKqDBqOBPzO0R7BEgGC2dg8/view?usp=sharing

        Que a técnica esteja sempre a serviço de algo maior.

         Preservar, registrar, guardar. O que é marcar?

 Desde criança morava em Santa Teresa, precisamente na parte alta e dentro da Floresta da Tijuca, na Lagoinha como é chama aquela região do bairro.

 Iniciei meus trabalhos de arte em Santa Teresa, com minha mãe Henriqueta Sanmartin, nessa Lagoinha bucólica afastada do comércio e de vida social e onde morei praticamente a vida inteira.  Desenhava, pintava, bordava, plantava e frequentava museus e a casa dos amigos Maria Lucia Luz, Osmar Fonseca e Rogério Luz.  Todos artistas plásticos.   Deles recebi grandes incentivos pelo convívio quase diário de vizinhos.

Quando comecei a fazer Xilogravura, com José Altino, na Escolinha de Arte do Brasil, em 1969, abriu-se um mundo em minha vida.

Essas matrizes da xilogravura acompanhada da cópia: “Arcanos da Gravura” foram elaboradas em 1999, 30 anos depois.

 O gravar, o cravar, o machucar a madeira, dar-lhe uma nova forma de vida e até poder possuir cópias dessas matrizes, me possibilitou perceber novas riquezas em minha vida. Neste período na Escolinha de Arte do Brasil que ficava na Avenida Marechal Câmera, no Castelo, tive também a oportunidade de estudar desenho, com Abelardo Zaluar e Sergio Campo Bello

Por José Altino fui levada à Marília Rodrigues, em 1971 que percebeu nos meus traços afinidade com a gravura em metal. Frequentei o atelier de Metal sob os seus cuidados, também na Escolinha de Arte do Brasil, até 1976.

 Pará - Gravura em metal: água tinta e buril - 2020 - 21 x 24cm

Nos anos 60, além de desenhar livremente sempre bordei muito; emaranhava-me nos panos de tipos diversos e envolvidos nas cores das linhas puxavam do meu interior os sofrimentos, as angústias, as crises, os medos, as dúvidas e organizava os pensamentos, e deixava surgir ações em formas concretas elaborando seres ou formas do meu imaginário; cores voando pelo espaço do pano. 

Livre bordando posso soltar minha emoção e ver os resultados no imediato, o que não acontece nos desenhos sofisticados e muito menos nas gravuras que são altamente trabalhosas, não só fisicamente como requerendo esperas entre uma técnica e outra, após dias e dias de labuta consigo o resultado final.


Ode ao Carlos Monteiro: Rio de Janeiro  -  Tapete: bordado em linho - 51 x 43cm - 2019 - Foto: Rubber Seabra

Convivi na Oficina de Gravura do Museu do Ingá, Niterói, no ano de 1978,  aonde estudei buril com Mario D´Oglio e gravura com Anna Letycia.

Recebi uma bolsa de Viagem de Estudos da Fundação Calouste Gulbekian de Portugal em 1978, através do Museu do Ingá, o que foi muito enriquecedor para o meu crescimento, pois fiz Litogravura, em Lisboa, na Sociedade de Gravadores Portugueses com Umberto Marçal.

Heloisa imprimindo gravura em 1979 na Sociedade de Gravadores Portugueses em Lisboa,  Portugal.

Nesses anos de gravura, o ato de gravar me possibilita falar dessa vivência cheia de reticências. É um processo de criação com idas e vindas, caminhos e descaminhos.  É uma constante descoberta.

Em 1983, assessorei os arquitetos Sergio Jamel e Marco Antonio Coelho e o engenheiro Julio Niskier, durante um ano no planejamento e montagem da Oficina de Gravura do Sesc Tijuca para criar um espaço onde os gravadores tivessem a possibilidade de realizar suas pesquisas sem se engalfinharem por falta de equipamento e um espaço adequado e assim, realizando suas pesquisas e descobertas.


Heloisa e René Valeriano, professor de Monotipia na Oficina de Gravura Sesc Tijuca entre 1985 e 1989.

É importante falar do local que é a Oficina de Gravura Sesc Tijuca por ter sido planejada para ser um local de se fazer gravura.

Isa Aderne deu aulas de xilogravura na Oficina de Gravura Sesc Tijuca entre 1993 e 1999.

        Desde que fui convidada a planejar o espaço, iniciou-se junto com o historiar Adamastor Camará a elaboração do projeto do livro “Gravura Brasileira Hoje: Depoimentos” com o objetivo de se historiar a gravura no Brasil e com o seu falecimento a historiadora Maria Luisa Luz Távora o concluiu, culminando com a publicação dos três volumes.

Entrevistou-se durante mais de uma década 24 gravadores brasileiros que se dedicaram a gravura, formando gerações de gravadores e marcando com o seu fazer e concluído com a publicação do terceiro volume em 1997.

Heloisa na Oficina de Gravura Sesc Tijuca

Vamos passar o vídeo “Oficina de Gravura Sesc Tijuca” local que trabalhei coordenando por 15 anos até 1999.    

Mas...  O que é gravura?  Como gravar? É todo material que você machucou, arranhou, marcou, esculpiu e que posteriormente possa imprimi-lo num suporte.

No vídeo "A Fibra do Papel"  produzido na Oficina de Gravura Sesc Tijuca, produzido por Inês Cavalcanti e Ernani Ferraz, poderá conhecer um pouco do processo da gravura e do papel:]

                                            https://youtu.be/s8a4R9LAzqI

         A matriz pode ser de madeira, linóleo, eucatex, pedra, cobre, latão, ferro, papelão e outros materiais. Ela é a reprodutora de imagens quando recebe um tratamento específico para a técnica.  Permitindo cópias em positivo ou negativo da imagem no suporte de papel, pano, papiro ou outros.

           O papel moeda é uma gravura.  Existe a matriz da nota de 2 reais que todos nos temos no bolso. Todas as notas dinheiro possuem textura da impressão.

         A gravura pode ser feita diretamente no metal com ponta seca, com buril, roulet ou berceau e outras ferramentas de incisão.

         As gravuras em ácido e com diferentes tipos de mordeduras são feitas para se conseguir resultados na impressão do cobre, latão ou outros materiais.

         Para se conseguir gravar os desenhos, rabiscos, traços, linhas que se queira, coloca-se uma camada uniforme de verniz sobre a chapa e com isso conseguiremos fazer uma água forte.

         Uma água tinta é obtida com breu, sal ou lixa que trabalhadas poderão permitir que se consiga texturas delicadas ou não, mas que com a ação do ácido marcarão o metal.

         A impressão só poderá ser feita caso haja texturas, linhas, sulcos, machucados, rasuras em que a tinta possa penetrar e que sobre um papel previamente umedecido e sobre a pressão de dois rolos passados numa prensa se consiga obter a imagem gravada na matriz reprodutora no suporte.

Cabe à imaginação do gravador obter outros recursos para gravar na matriz as imagens que se pretende obter no suporte que é chamado de Gravura em Metal, Xilogravura, Litografia ou Serigrafia.   

  Assistindo o filme Gravando produzido por Sonia Garcia, em 1999, poderá conhecer os processos que acontecem para se realizar as gravuras:         https://youtu.be/PZi3YhT1FvE

“Alinhavando o Tempo de Heloisa Pires Ferreira”, são os bordados criadores que me acompanham pela vida a fora. 

Vitrine na Biblioteca Nacional  - tapetes Rio Grande do Sol Encanta os Amigos e Ode a Carlos Monteiro: Rio de Janeiro.  No centro a gravura em metal Rio Grande do Sul de 2022.

Tapete - Rio Grande do Sul Encanta os Amigos -Bordado em tecido de linho em 2022 49 x 56cm - Foto de Rubber Seabra

O ato de gravar e trabalhar com as cores das linhas, me possibilita falar dessa vivência cheia de reticências.

Rio Grande do Sul - Gravura em metal: buril e ponta seca - 2022 - 24 x 25cm

Em 2004, apresentei ao público sueco, em Estocolmo: “Gravuras e Bordados”, mostrando essas formas de expressões; o gravar e o bordar intimamente ligados; uma linguagem é o desdobramento da outra.

Heloisa na entrada da Gallery Nytorget 13 em Estocolmo,  Suécia em 2004 aonde expôs 40 gravuras em metal e 30 tapetes

 Passar o vídeo “Constelação” elaborado em 2014, por ocasião da exposição na Biblioteca Mario de Andrade em São Paulo.

Vejo um percurso que sempre andou em busca de um ponto.

O ponto iniciou-se perdido em “elétricos” e passeou pelo espaço contracenando com galhos, pássaros, círculos e encaminhou em direção ao firmamento.  Andou por toda América Latinos e estados brasileiros; ora liricamente, ora chorando o sofrimento desta América dividida, retalhada, partida e até mesmo devastada pelo poder.

 

Elétrico III, gravura em metal: relevo, águas tinta e forte e- 1971 - 25 x 19cm

 

 

Brinco com astros, que se reparte, estilhaçam-se e se embrulham com movimentos em tons e cores. No centro de todo meu trabalho está o sol.  O sol que ilumina a vida. A vida é o próprio universo-(multi)verso).  Ecossistema onde estão envolvidas formas diversas, poéticas de vida. De ser, do Ser que é a Energia Criadora.

Céu - Gravura em metal - 30 x 30 cm - 2007 - água tinta - Foto Elisa Guerra

Preciso da intimidade dos elementos da natureza como forma catalisadora de subsídios que me permitem poder crescer e expressar-me.

Expressar em linguagem o que a natureza esbanja em todos os sentidos e níveis na harmonia do visível e invisível é a minha meta.  E é neste não visto que vou encontrar a fonte de inspiração para poder dizer visualmente deste mundo real que não é visto.

No meu trabalho, as representações estéticas não são para serem olhadas ou enfeitar ambientes, são gritos que buscam se harmonizar e arrancar do caos uma fala que encontre eco nas angústias, torturas, desavenças e incompreensões.  Limpando e clareando os espaços internos e abrindo a visão a outros planos da alma.     

         A fonte de inspiração é o trabalho incessante de esvaziamento de conceitos e fórmulas conhecidas e a busca dos sentimentos arcaicos que falarão dentro do grande silêncio do homem consigo mesmo.

Falar visualmente é mais fácil que verbalmente.  Os encantos de uma grande dor podem ser a causadora de sofridos e belos esboços.  O sofrimento de uma alegria pode ser a decepção de um rabisco estereotipado.

         Os meandros que separam uma verdade da outra qual será?  O que é festa?  O que é tristeza?  O que é alegria?  Aonde encontrar-se? Aonde ir se é preciso ser?  Trabalhando o ir-se e transformando-o em penetrar, invadir sentimentos, arrebentar medos, arrancar dobradiças e mergulhar no grande silêncio em sons, sombras, cores formas e apanhar os tesouros infinitos que me são ofertados pela vida. Pois em torno, no espaço infinito cintilam-flutuam estrelas, formas geometrizantes, pedras preciosas, planos e dimensões da existência.

         Cada forma de vida, por mais simples que seja, é uma pedra preciosa-estrela, que precisa brilhar para iluminar a si mesma e aos demais em uma interdependência cósmica.        

As gravuras estão compostas de cinco blocos:

Gravuras feitas, entre 1969 e 1977, que chamo de primeira fase e que constam de labirintos e pássaros em busca de um ponto.

Elétrico - gravura em metal:  águas tinta e forte - 1972 - 20x15cm.

         Nessas matrizes como na cópia que poderão pegar e sentir  foram trabalhadas em relevo, águas tinta e forte,

A segunda fase o ponto se transforma em sóis; ora sozinhos, ora junto com pássaros e ora somente pássaros. 

Em cada lado, pássaros esvoaçam plumagens, penugens, sugerindo alegria, felicidade, paz.  Dois pássaros, os dois lados de todos nós. O lado interior e o lado exterior.      

Vento, sopro, respirar.  Ar puro

Essa matriz em buril e água tinta acompanhada com a cópia pertenceram a esse período entre 1978 e 1982

Narciso - Gravura em metal : buril e água tinta - 1979 - 20 x 30cm - Foto:  Henry Stahl

        O terceiro momento da minha obra chora a morte da cultura da América Latina, através de seus mapas. 

        Neles, entre 1983 e 1989, falo da preocupação com essa América Latina e esse país em que vivemos; tão dividido, dilacerado e sofrido.

Creio que poderão compreender bem o que se passa em meu interior contemplando a confusão causada pelo poder do dinheiro e a ausência deste dinheiro em nosso povo. 

A Gravura “Espaço Devastado” de 1988, cujas matrizes acompanhadas da cópia, encontram-se na vitrine.

Espaço Devastado - Gravura em metal: buril e água tinta - 1988 - 30 x42cm - foto:  Henry Stahl

Entre 1990 e 1997 há a esperança vista nos trabalhos através da plasticidade e delicadeza de suas feituras que a sensibilidade seja uma saída para que a verdade balance o interior de cada ser e se compreenda que a felicidade de cada ser está também na felicidade de seu próximo.

Manuseiem a matriz da gravura Pará que se trata de um buril com águas tinta e forte acompanhada da cópia.

 

Pará - Gravura em metal - 2006 - 21x24cm - Foto  Rubber Seabra

Divido em três etapas esse meu trabalho: em primeiro lugar uma visão total ou parcial da América e até mesmo uma divisão de países formando outros mapas. Em segundo lugar, homenageio os países da América Latina falando de suas mortes, seus sofrimentos, suas devastações, suas perdas de valores e, em terceiro lugar, exploro diversos sóis que vêm como forças poderosas que podem alterar toda essa forma de se viver do momento presente.

Argentina - Gravura em metal:  águas tinta e forte - 1988 - 20 x 30 cm  Foto: Henry Stahl

Podendo ver algumas dessas gravuras, terão uma visão do porque me dediquei, por mais de uma década, ao trabalho de despertar interesses em pessoas que quisessem fazer gravuras.

E esses últimos períodos de trabalho entre 1998 e 2022 trabalho sóis e estados brasileiros em momentos de esperança e alegria. 

Em todos os períodos da expressão gráfica como nas outras formas de expressão foram sinalizadas e se  misturam e aqui hoje só trago as gravura se os bordados que poderão contemplar nas vitrines

No estado atual das gravuras encontramos constelações, meteoros, nebulosas ou detalhes do sistema solar e ora surgindo um mapa ou outro.

Honduras - Gravura em metal: águas tinta, ponta seca  e buril - 2013 - 30 x 30cm - Foto: Rubber Seabra

Essas são o acervo: as marcas, os registros e os guardados de

Heloisa Pires Ferreira

    Rio, 02/10/2024.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

2011 - Sistema Solar - Exposição na Estação Cabo Branco Ciência Cultura e Arte em João Pessoa na Paraíba - Capital Cultural - Heloisa Pires Ferreira escreve sobre bondes, ônibus e pessoas em Santa Teresa

    


               SOL NEGRO III   

         Gravura em metal: buril 

                 0,10 x 0,10cm 2004  

                           

                 SISTEMA SOLAR

                Gravura em Metal

             Estação Cabo Branco 

            João Pessoa, Paraíba

                  17.2 a 13.03.11

   Av. João Cirílio Silva, S/   Altiplano Cabo Branco 

 

     

           

     

 
                                                   

     Jose  Altino*

HUMANO SISTEMA
Heloisa Pires Ferreira

Na foto Altino com Heloisa

         A gravação da mão no desenho, arrancados 
desenhos dos primórdios das camadas arqueológicas
da terra - metal.
         A linha desenho sai de dentro das camadas
da terra - metal, como se ali já existisse, como
se a mão  fosse cavar o terreno da arqueologia
do metal - terra. A encontrar na terra- metal
primitivos seres aladas, pássaros libertados pela
mão desenhos de Heloisa Pires Ferre  ira.
         Pela mão da artista em vôo por entre os dedos,
primitivos pássaros, mapas, células cósmicas planetas,
via láctea universo cósmico.
         A gravura se inscreve no papel,
na verdade, vinda da sensibilidade do olhar,
liberto na técnica de gravar em metal,
na disciplina e dedicação de quem ama o ofício
de gravador - a mestra Heloisa Pires Ferreira.
         Conheci Heloisa na Escolinha de Arte do Brasil,
nos anos setenta, Nascia artista no atelier de Metal,
aluna de Marília Rodrigues.
         A vida no Bairro de Santa Teresa na casa da rua 
Almirante Alexandrino, uma célula cósmica.
         No mapa, cósmico bondinho descia  o morro
nos arcos da Lapa, e caia no universo
da metrópole-caos - Via Láctea Rio de Janeiro.
         Percorrendo os  mapas, pássaros coloridos
vinham dos panos bordados - desenhos. A vida
como entendimento do indivíduo e do universo,
na Santa Teresa bucólica, na metrópole Rio de
Janeiro. A busca do entendimento da 
da arte da vida, na placa do desenho no metal.
                                                      *Jose Altino,xilogravador                                         

 Na foto: Lucia França, diretora do Museu Cabo Branco  com os expositores Heloisa Pires Ferreira, José Ferreira.organizadoras e convidado      

 Exposição individual: “Sistema Solar”, Estação Cabo Branco, Ciência, Cultura e Arte, fevereiro, 2011 

  Show na abertura


                                                                                                      Guilherme Cabral*

         O  vernissage das exposições individuais “Sistema”, de Heloisa Pires, e”Satye no Paraíso”, de José Ferreira, que reúnem gravuras, pinturas, cerâmicas e desenhos em porcelana será realizado ás 19h de hoje, no segundo pavimento da Torre Mirante da Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, no Altiplano, de João Pessoa, onde poderão ser visitadas pelo público nesse mês de fevereiro e em março. Depois da abertura haverá, no Anfiteatro, show acústico...

 ... plástica Heloisa Pires, o título de sua mostra individual  “Sistema” – remete ao sistema solar presente em todas as suas gravuras em metal, produzidas no período de 1973 até o ano de 2011, que compõe a exposição.  Daquele total de obras, quatro trabalhos foram criados em xilogravura e uma em litogravura em tamanhos variados.

        Heloisa Pires desenvolveu sua carreira no Rio de Janeiro, [e não em Teresópolis sua cidade natal].  Ao longo de sua carreira de mais de 35 anos, exerceu duas carreiras paralelamente: artista plástica tendo exibido seus trabalhos em locais como Rio Grande do Sul na Galeria do Palácio  Farroupilha, em 1977, Galeria de Arte Ibeu, em 2006, Equador (1978) e na Gallery Nytorget, Suécia (2004) – professora de atividades artísticas na Escolinha de Arte do Brasil e no Colégio Andrews. E de Gravura na Oficina de Gravura Sesc Tijuca [que criou].

          Essa artista já participou de mais de 130 exposições coletivas na Argentina, no Paraguai, Equador,  Porto Rico, China, França e Itália, bem como em salões e bienais. Ela também recebeu prêmio de viagem e bolsa de Estudos em Portugal, pela Fundação Calouste Gulbenkian, e em 1979 o prêmio Fundação Cultural de Curitiba na II Mostra de Gravura Cidade de Curitiba....

                                            *A UNIÃO – 17 e fevereiro de 2011


 

 

 

 

 

 

 

 

 

        divulgaram da exposição  no Jornal da Paraíba

 

                                                                                                                                                                  Maria Helena Monteiro*          

Heloisa Pires expõe na Torre Mirante Cabo Branco, João Pessoa, na Paraíba em 2011

Em Sistema Solar, Heloisa Pires expõe obras com referência ao Sistema Solar.  O visitante poderá conferir 60 gravuras em metal, sendo quatro delas em técnica mista de xilogravura  e duas em técnica  mista em linólio.  Além dessas peças , a mostra conta com uma xilogravura e uma litografia.  As gravuras de Heloisa Pires expostas em Sistema  Solarforam produzidas de 1973 a 2011.

Heloisa Pires é natural de Teresópolis, no Rio de Janeiro.  Foi lá que ela desenvolveu sua carreira  artística, atuando paralelamente durante 35 anos como professora e atividades artística e de gravura.  A artista plástica apresentou seu trabalho em várias regiões do país em mostras individuais.  Heloisa Pires já expôs em locais como a Galeria de Arte Candido Mendes no Rio de Janeiro (1982), No Equador (1978), na Galleri Nytorget na Suécia (2004) e no Rio de Janeiro na Galeria de Arte IBEU (2006).

Heloisa Pires participou de mais de 130 exposições coletivas na Argentina, Paraguai, Equador, Porto Rico, China, França e Itália., além de salões e Bienais.  Ela recebeu o prêmio de viagem e bolsa de estudos em Portugal pela Fundação Calouste Gulbenkian e , em 1979, o prêmio Fundação Cultural de Curitiba na II Mostra  de Gravura Cidade de Curitiba. * Maria Helena Monteiro - Jornal O Norte - Paraíso Sistêmico  17 de fevereiro, 2011


Gravura em Metal -  Divulgação

 
 

 
  “Heloisa nos mostra seu mundo de sonho, de fantasia orientalizante em sua delicada textura. Suas “mandalas” refletem o mundo sofisticado e dramático da artista.”                                  *Livio Abramo – Gravador

 
 
 
                                              

 
                                          Heloisa com Altino e outros convidados
 

                                             Divulgação nos jornal A UNIÁO
  

 
Josê Altino,  Heloisa Pires Ferreira,  Lucia França e  Artista Plástico 


                                         Heloisa na sua Oficina em Santa Teresa em 2001
 
                            Heloisa publica um artigo 
       na Jornal Capita Cultural em 2011
 
 SOBRE BONDES, ÔNIBUS E PESSOAS.

                                                                         Heloisa Pires Ferreira

Santa Teresa, no início dos anos 60 possuía bondes que saíam da Estação da Carioca de 4 em 4 minutos e circulando pelo bairro iam ao Silvestre e a Paula Matos e era o único meio de transporte e que satisfazia a todos os morados.  Éramos conhecidos dos Motorneiros e Condutores que muitas vezes paravam os bondes em nossas portas quando tínhamos crianças ou sacolas nos braços.  Eram atenciosos com todos e nos conhecíamos pelos nomes e sabiam onde morávamos.

Começou o desmoronamento desse sistema de transporte quando as companhias de ônibus ambiciosas em ocupar os territórios do bairro entraram em acordo com os fiscais dos bondes e com muita pressão eram ouvidos e diminuíam os bondes em circulação, deixando moradores desesperados pela falta de transporte.  Assim, mansamente, sob o desespero de moradores, que mal podiam falar em plena ditadura militar, tiveram que engolir esses ônibus sem personalidade, sem motoristas ou trocadores enraizados que criassem vínculos e passassem a ser conhecidos por todos.

Assim, temos engolido esse asqueroso meio de transporte que não respeita crianças, alunos, gestantes, idosos e nem moradores.  Voam bairro abaixo ou acima assustando transeuntes ou passageiros.  Não ouvem.  São surdos aos apelos.  Os donos das companhias que servem nesse bairro ao longo desses anos são surdos aos reclames dos donos dos casarios centenários que se machucam com o choque de seus pesos e pneus sobre as ruas. São surdos a qualquer tipo de diálogo.  Até aparecem algumas vezes, mas nada mudam.  Só pioram com o desrespeito às normas de bom convívio.

Não é o meio de transporte que o bairro precisa.  Queremos os bondes inteiros de volta e conduções de ônibus, vans ou outros meios pelas ruas laterais do bairro, onde não passam os bondes. Ligando aos bairros próximos como Laranjeiras, Cosme Velho, Rio Comprido, Bairro de Fátima, Catumbi e Glória, deixando praticamente as ruas Almirante Alexandrino, Joaquim Murtinho e Muratori livres para que os bondes possam circular tranquilamente e livre dos danos aos imóveis tão queridos por todos nós.

Para a integridade de Santa Teresa em todos os níveis precisamos dos bondes tradicionais, tombados e inteiramente recuperados, precisamos dos reboques, precisamos dos taiobas e dos bagageiros indos diàriamente até à Rua Muratori e circulando por todo o bairro.  Precisamos dos Limpa-Trilhos e do Bonde-Oficina cuidando permanentemente dos trilhos e da fiação.

Não queremos os franksteins pesados que abram os trilhos e prejudicam os Arcos da Lapa.  Não queremos bonde que circulem somente ao Largo do Guimarães.  Queremos que todos os moradores do Silvestre, pois havia o Bonde Silvestre ao Paula Matos, passando pela Lagoinha, pois havia o Bonde-Lagoinha de 15 em 15 minutos durante todos o dia. Havia o Bonde Dois Irmãos, França e Vista Alegre nos horários de maior fluxo de passageiros.  O bonde não é um sonho, uma abstração.  É uma realidade e, por isso, queremos o bonde.

QUEREMOS OS BONDES ANTIGOS DE VOLTA COM OS TAIOBAS, REBOQUES E BAGAGEIROS.

                    Em novembro de 2011, nº141, no Capital Cultural 

Heloisa na Praça Odylo em 1978 - Foto de Silvia Cordoba