Foto: Heloisa trabalhando na Oficina de Gravura Sesc Tijuca em 1991.
Por fim, o terceiro volume tem mais um texto de Mário Barata na apresentação. É obra basilar na área. "
Gravura Brasileira Hoje: depoimentos - I volume
Editoria: Oficina de Gravura Sesc Tijuca - 1995
Coordenação: Heloisa Pires Ferreira
Projeto das capas do livro nos 3 volumes: Vera Roitman e Jenny Raschle
Anna Letycia
Antonio Grosso
Carlos Scliar
Dionísio Del Santo
Edith Behring
Marília Rodrigues
Paula Miller*
A gravura do Brasil começa a contar sua história a partir de hoje, com o lançamento, às 18h30m, no Sesc Tijuca, do livro **“Gravura Brasileira hoje – depoimentos”. Uma compilação de entrevistas de seis grandes nomes desta técnica no país, o livro foi composto por uma equipe liderada pela coordenadora de artes do Sesc, Heloisa Pires Ferreira.
Começamos a pensar em registrar a história da gravura no Brasil há 11 anos – diz Heloisa – Por isso, já naquela época, o historiador Adamastor Câmara começou a fazer as entrevistas. Com sua morte, no meio do percurso, tivemos que parar mas, com a ajuda de uma equipe pudemos retomar o trabalho.
Nomes como Anna Letycia, Antonio Grosso, Carlos Scliar, Dionísio Del Santo, Edith Behring e Marília Rodrigues – os artistas selecionados para o livro – são fundamentais, segundo Heloisa, para contar a trajetória da gravura no Brasil.
__Os artistas foram pensados em função da versatilidade de técnicas com que trabalham – diz Heloisa, destacando a predominância da xilo e da gravura em metal, entre essas técnicas.
__Um dos pontos altos do livro são depoimentos de Edith Behring que, no fim da década de 50, retorna ao Brasil, depois de uma temporada na Europa, para organizar no MAM a oficina de gravura.
Também hoje, no Sesc Tijuca, será inaugurada uma exposição com as obras de artistas presentes no livro.
*O Globo - Rio Show - 1995
***Outros dois volumes, organizados pela mesma equipe, com entrevistas e ou gravadores, foram lançados, respectivamente em 1997.
Lançamento: 13 de setembro, 1995 na Galeria de Arte Sesc Tijuca
Coordenação: Heloisa Pires Ferreira
Responsável pela gênese do projeto e entrevistas: Adamastor Camará
Reorientação do projeto inicial e sua concretização:
Maria Luisa luz Távora
Mario Barata*
Publicações do Sesc-RJ [...] Uma edição especialmente da Oficina de Gravura do Sesc-Tijuca, será lançada no próximo aniversário do Sesc, no País, ao iniciar-se o ano simbólico do cinquentenário, que se comemorará de 1995 a 1996. Trata-se do Livro Gravura Brasileira Hoje/Depoimentos, com testemunhos dos artistas Anna Letícia, Antonio Grosso, Carlos Scliar,, Dionísio Del Santo, Edith Behing e Marília Rodrigues. Os responsáveis pelo inquérito – que abrangeu também outros gravadores, que merecerão volumes à parte na sequência de atividades culturais do importante órgão de serviço social no País – foram diretamente os organizadores do livro, Heloisa Pires Ferreira e Maria Lucia Luz Távora, unidas ao trabalho prévio de Adamastor Câmara, este na gênese do projeto e nas entrevistas que fez, todos apoiados pela direção do Sesc-Regional. Aliás a atividade de oficinas de criatividade é expressamente prevista na área de cultura e lazer, no campo de serviço social da entidade. O volume comemorará mais de 10 anos de atuação da referida oficina de gravura, situada em centro de atividades na tradicional Rua Barão de Mesquita, no Rio de Janeiro
*Mario
Barata, escritor e historiador. Jornal
do Commercio, 18/8/1995. Página A8
Divulgação do lançamento do I volume do Livro Gravura Hoje: Depoimentos: jornais: Sesc, Commercio, Tribuna da Imprensa, O Globo e Pres-release..
"Mestres da Gravura no Sesc Tijuca" - No próximo dia 13/09/1995, o Sesc/Tijuca será palco de um duplo evento: lançamento do livro:"Gravura Brasileira Hoje: Depoimentos" e exposição de duas gravuras de cada um dos seis artistas que participam do livro: Anna Letycia, Antonio Grosso, Carlos Scliar, Dionísio Del Santo, Edith Berhing e Marília Rodrigues
...O livro sobre gravura foi coordenado or Heloisa Pires Ferreira com projeto e entrevistas iniciadas por Adamastor Camará e concluídos por Maria Luiza Luz Távora. A introdução está a cargo de Mario Barata, professor emérito de História da Arte da UFRJ. O livro traz depoimentos de artistas sobre a sua formação e surgimento do interesse pela gravura, a questão da reprodutibilidade da técnica gráfica, a polêmica relação das técnicas com vanguardismo ou tradicionalismo da obra, ensino de gravura e seu papel como difusor de linguagem e as relações com a crítica especializada. A obra relata, ainda , a formação de gravadores na Oficina de Gravura do Sesc/Tijuca, a partir de 1983.
“Prima
pobre” das artes plásticas no Brasil, por ser feita em papel, a gravura ganha
importante destaque no campo literário com o lançamento...[...] Já “Gravura brasileira hoje – depoimentos”
conta a história da técnica através da experiência de importantes gravadores ,
como Anna Letycia, Antonio Grosso, Carlos Scliar, Dionísio Del Santo, Edith Behing
e Marília Rodrigues. “Existe uma carência de bibliografia sobre o assunto. Por
isso, resolvemos reunir pessoas cuja obra tem um papel fundamental para o
desenvolvimento dessa arte no país, Além
disso, esses artistas ajudaram na formação de novos gravadores”, depõe Heloisa
Pires Ferreira, coordenadora do livro e da Oficina de Gravura do Sesc Tijuca.
A edição não só explica como se faz gravura, como também reúne as principais obras dos artistas envolvidos com o projeto. “O livro é importante porque marca os vários momentos da gravura brasileira. Enquanto a Anna Letycia, por exemplo, fala da circulação das obras nas galerias, Edith Behing conta história da oficina do Museu de Arte Moderna do Rio que nos anos 60 foi um polo revolucionário da arte”, diz Heloisa, adiantando que no dia do lançamento da edição no Sesc Tijuca será inaugurada uma exposição de gravuras.
*Tribuna da Imprensa Tribuna Bis, página 2, 29/8/1995.
Gravura Brasileira Hoje: depoimentos - II volume
Editoria: Oficina de Gravura Sesc Tijuca - 1997
Coordenação: Heloisa Pires Ferreira Adir BotelhoAnna Carolina Darel Valença Lins
Isa Aderne José Altino
Thereza Miranda

Lançamento: 04 de março, 1997
na Galeria de Arte Sesc Tijuca
Coordenação: Heloisa Pires Ferreira
Responsável pela gênese do projeto e entrevistas: Adamastor Camará
Reorientação do projeto inicial e sua concretização
Maria Luisa Luz Távora

Editoria: Oficina de Gravura Sesc Tijuca - 1997
Coordenação: Heloisa Pires FerreiraLançamento: 26 de novembro, 1997 na Galeria de Arte Sesc Tijuca
Coordenação: Heloisa Pires Ferreira
Responsável pela gênese do projeto e entrevistas: Adamastor Camará
Reorientação do projeto inicial e sua concretização:
Maria Luisa Luz Távora
Heloisa Pires Ferreira*
Eu mesma, nascida numa família de elite, tinha como espelho meus pais, donos de uma consciência política invejável. [...] O questionamento dos valores da vida era colocado à mesa todo dia, discutíamos esses valores. Era muito natural, então que sendo uma pessoa sensível, apaixonada pelo desenho e pela pintura, me deixasse envolver com as questões da favela vizinha a minha casa [...]
Foi em 1966 que veio a proibição de continuar utilizando o espaço das favelas para questionar coisas. Então de desliguei. [...] Fui para São Paulo, trabalhar na Escola Antroposófica. Voltei, fui dar aulas na Escolinha de Arte do Brasil, com Augusto Rodrigues e Noêmia Varella.
Mas o fato de ter trabalho com os jovens favelados, mexeu muito com a minha cabeça. Eu via todas as pessoas irem fazer faculdade, levando adiante os estudos e tal, eu só me animava a desenhar e pintar. [...] Fiz vestibular para serviço social, uma coisa interessante...Cheguei a passar para a faculdade e não suportei. [...] Como eu gostava de tocar flauta na mata, isto é, tinha tanto prazer com isso como pintar e desenhar, surgiu a possibilidade de eu ir dar aulas numa escola em São Paulo, na Rudof Steiner. Lá, eu dava aulas de arte para as crianças no período da manhã e recebia aula de pintura à tarde. Fiz escultura, mexi com minha voz, aperfeiçoei a flauta, aprendi tapeçaria, carpintaria e xilo. [...] Quando voltei, fui imediatamente dar aulas na Escolinha de Arte do Brasil e fazer xilogravura com José Altino. Nesse tempo trabalhei com Alberto Ribas, fazendo expressão corporal e teatro, usando o corpo como base de expressão. [...] Até que, conversando com Maria Rodrigues, ela me disse: “Volte para a Escolinha para fazer gravuras em metal. Você vai encontrar o José Paixão, o José Altino, a Cida Pimenta...” Todos eram meus amigos e, seguindo o conselho, mergulhei de corpo e alma. Convivemos praticamente cinco anos. [...] Marília Rodrigues estava sempre dando força, trazendo novidades quando voltava de seus cursos em outros estados.
Tive umas aulas de desenho com Abelardo Zaluar e imprimi na casa da Edith Behring todos os sábados durante um ano.
Essa experiência foi fantástica: ela precisava, por causa da idade avançada, de um impressor que fosse calmo e não a perturbasse. Minha gravura é muito minuciosa, sou “alta estação” e, ao mesmo tempo, profundamente concentrada. [...] A cada sábado, ela me dava chapas diferentes para imprimir e eu aprendia muito. Terminei recebendo um senhor curso de gravura! [...] Sempre usei duzentas mil ferramentas. De ácido, só o percloreto, com a chapa virada para baixo para dar certos efeitos. E ninguém pode mexer, senão não dá a renda lindíssima na textura da chapa. Na escolinha eles diziam que aquilo precisava de paciência chinesa. Isso pode ser fruto da meditação, pois eu já fazia meditação antes de fazer gravura. [...] Para mim, análise, arte e meditação têm muita coisa em comum. [...]
De repente, começaram a surgir figuras humanas, sempre ligadas a algum centro. Os labirintos desapareceram, surgiram no lugar deles as figuras em busca de um centro e depois começaram a vir bichos que iam para algum centro também. Eram uns pavões bem elegantes e todos cheios de penugem. [...] Eram pássaros imensos, todos cheios. Sempre havia centros em volta e esses centros se tornaram centro mesmo. Depois eles se tornaram sóis e luas. Eu tinha gravuras Sol Negro, Sol Vermelho, Sol Amarelo. [...] Os bichos começaram a ficar quase sem plumagens e as plumagens se transferindo para galhos que surgiam interferindo com os bichos. Esses bichos continuaram, desapareceram todos os galhos, ficaram sozinhos e ficaram os sóis sozinhos. Comecei a trabalhar nos sóis que apareceram em céus. [...] Esses sóis se expandiram no espaço. Falei da morte da América Latina, com suas divisões, dilaceramentos e incomunicabilidade, quase todos os países chorando o sofrimento de seus povos sob o domínio da ganância do poder, tendo o sol como símbolo de vida e de esperança. [...]
Ganhei a Bolsa de Viagem e Estudos para
Portugal, pela Fundação Calouste Gulbenkian. [...] Na verdade, o prêmio
significou muito mais a possibilidade de eu sair daqui, ir para Portugal, um
país recém-saído de cinqüenta anos de ditadura militar. Entendi muito
claramente o que seria a “cultura do silêncio”. Lá ninguém era capaz de dizer para
você “eu gosto disso” ou “não gosto disso” porque ninguém sabia para que lado a
coisa ia, ficavam atônitos, indecisos. [...]
Quando voltei da Europa, Ubiratan Corrêa**, me procurou para a implantação da Oficina de Gravura Sesc Tijuca. [...]
Por sermos do Terceiro Mundo – e comparando nosso país à Europa, onde havia estão há pouco tempo - ,ficou bem claro para mim o fato de não termos registrada uma história da gravura. Praticávamos a cultura do silêncio; prestigiávamos os europeus, os norte-americanos..... [...] Assim, quando Adamastor Câmara [...] começou a entrevistar a série de gravadores atuantes no Brasil,fiquei esperançosa de alcançar meu objetivo. Os encontros com os artistas sempre deram ensejo a que passássemos à comunidade o interesse em conhecer o processo da gravura. Promovemos exposições e convidamos a comunidade para encontrar os gravadores.
O orientador até pode encaminhar a sensibilidade da pessoa que tem vontade e trabalhar com arte, mas o interesse das pessoa em pesquisar, gostar e dedicar um tempo de sua vida para se encontrar e depois poder falar das questões da sensibilidade, isto está fora do alcance de qualquer professor. [...]
O aparente inútil do resultado em arte está repleto de trabalho; escolha do material, das formas, das linhas e do sentido que se quer dar. Esse planejamento carregado de ideias não verbalizadas, mas sentidas, é que vai harmonizar o indivíduo e faze-lo encontrar suas formas particulares de expressar esta linguagem emocional.
O indivíduo só se harmonizará se trabalhar o concreto dessa emoção. Mas isso escapa do professor, pertence exclusivamente à condição do isolamento do homem consigo, independente do outro.
Nas oficinas coletivas, corre-se o perigo da imitação e todos terem os trabalhos semelhantes, com o traço tornando-se a marca do ateliê onde se trabalha , seja acadêmico ou contemporâneo.
Na verdade não se cria, apenas multiplica a proposta do idealizador.
Trabalhar é bem diferente de repetir o outro. Ao engajar-se numa linguagem individual, particular e única o indivíduo começa a fazer parte da realização concreta de jogar para os bloqueios que o impedem de raciocinar livremente. Quanto mais ele se afasta do pronto, do bonitinho, do enfeite, ele se tornará um ser pensante, cidadão do mundo.
Mas, sempre é possível trabalhar coletivamente quando se está consciente deste perigo e a criação seja o objetivo principal
* Heloisa Pires Ferreira é entrevistada por Adamastor Camará em 22/8/1986 e por Maria Luiz Luz Távora em 2/8/1997- Livro III - “Gravura Brasileira Hoje Depoimentos" - Sesc Tijuca, foi publicado em 1997.
** 1983
- Ubiratan Corrêa, diretor Regional do Sesc Rio
Mario Barata faz a apresentação da exposição
Relação das Gravuras dos expositores
na Galeria de Arte
Sesc Tijuca
Sol Negro - Heloisa Pires Ferreira
Gravura em metal: água tinta 1/10
1978 - 40 x 40cm
pág
Entre 9 e 13h de hoje, estará sendo entrevistado por Adamastor Camará dentro da Oficina de Gravura do Sesc Tijuca. Ao mesmo tempo estará expondo suas gravuras nos jardins da Oficina.
René Valeriano com Heloisa em 1985.
René foi professor de Monotipia na Oficina de Gravura Sesc Tijuca até 1987 e muito colaborou na organização das entrevistas com os gravadores.
Participando ativamente nos domingos e quartas-feiras no ano de 1976, quando as entrevistas aos 24 gravadores aconteciam na Oficina.
Isabel Oswald e Jorge Cerqueira frequentaram a Oficina de Gravura Sesc Tijuca
Fotos de gravura dos alunos de Isa Aderne que deu aulas de Xilogravuras na oficina de Gravura Sesc Tijuca de 1994 até 1999.
Isa Aderne dando aula em 1998 na Oficina de Gravura Sesc Tijuca
Em 1996 Heloisa participa da Mesa Redonda na UERJ "A Matéria e a Criação Artística"
1995 - Cursos na Oficina de Gravura Sesc Tijuca
70 Anos de Arte em Santa Teresa
Centro Cultural Laurinda Santos Lobo
8 de outubro de 1996
"Foi impossível colocar todos os artistas no espaço do Centro Cultural que será totalmente ocupado. Parece que brota artista em Santa Teresa, provavelmente, a Secretaria Municipal de Cultura estenderá essa exposição e abrirá as portas do Laurinda, após o dia 13, para os outros artistas do bairro", diz Giovanna Moriconi curadora.

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