Olhos Celestiais - Gravura em metal: água tinta e Xilogravura - 1995 - 49 x 50 cm
Foto: Rubber Seabra -
Mario Barata*
METAMORFOSES E OCORRÊNCIAS DA GRAVURA DE HELOISA
A mostra desde novembro, na bela Galeria de Arte do Sesc Tijuca é o ponto mais elevado de um ciclo de exposições de Heloisa, organizadas pelo Sesc-RJ, apresentando uma panorama seletiva de arte criada pela conhecida gravadora em 25 anos de atividade. Após as exibições em Teresópolis e Petrópolis, a entidade regional nos presenteia com a exposição final desse ciclo, em 1995, na própria cidade do rio de Janeiro, no mesmo local em que em setembro foi lançado o importante livro “Gravura Brasileira hoje – Depoimentos”, planejado e coordenado pela citada gravadora que dirige, com sucesso, a Oficina de Gravura do Centro de Atividades do Sesc Tijuca e a ambos dedicou o entusiasmo que caracteriza sua personalidade.
Vista no conjunto, a obra de Heloisa marca uma unidade que não é produto de simultaneidade de criações – já que se apresenta aqui seleção distribuída por um quarto de século – mas de recorrências do imaginário da artista, como estrutura, inserido em transformações e metamorfoses, que se recuperam umas às outras. A fantasia livre e mesmo “fantasmagórica” de vegetais e pássaros, os ornatos que são olhos ou estrelas, inclusive em caudas de pavões, são expressão de um grafismo com claro escuro, exuberante, e então no meio do ciclo, se ligando aos céus estelares do final, à cartografia latino-americana de 1990 a 1994 e à liberdade do conglomerado envolvente de estrelas no “Paraná”(1994) e aos “sóis” minúsculos de 1995 (diferente do sol monobloco – imagem e concentração – de uma de suas mais conhecidas gravuras do início da década). Sólida ou quase iridescente é a sua gravura atual, moderna e bem pessoal, que colocou Heloisa Pires Ferreira entre as afirmações maduras de nossos gravadores (desde a época de Oswald-Goeldi-Lívio Abramo). Heloisa já estudou com Maria Rodrigues, Anna Letycia, José Altino e com litógrafos portugueses, estes em Lisboa. A sua formação em desenho percorreu os olhares de Maria Lucia Luz, Zaluar, Osmar Fonseca. Como é hoje freqüente em artes gráficas, ela ultimamente já utiliza processos em metal seguidos e intercalados a usos xilográficos, nas técnicas amplamente mistas em que os gravadores agora exibem o seu virtuosismo.
Os seus 25 anos de arte não são pois um período essencialmente de mudanças, ao contrário do que ocorreu com muitos artistas do início do século. Diversamente, por exemplo, do alemão C. Schad mudou para um figurino peculiar ao ciclo da nova-objetividade dos anos 20. Não é só a idade que conduz à mudança (ou a impossibilidade). Em Turner, a “outra-imagem” não foi nada tardia, chegando ele bem cedo ao que ficaria sendo o seu estilo pessoal. Segall e Portinari atingiram um estilo de maturidade através de sua própria evolução, mas esse fato importante não é o único a marcar um caminho artístico.
Fez bem a hoje importante Galeria do Sesc na cidade do Rio de Janeiro em culminar a homenagem da entidade e dos meios artísticos do Estado a sua generosa colaboradora da notável Oficina de Gravura. Provou que o tempo passa, mas que os observadores não só contemplam essa passagem inexorável, como lhe dão os devidos significados de criação e difusão da cultura. Uma nova Heloisa afirmou-se na estabilidade, decididamente, no cenário de seus 25 anos de arte.
* Mário Barata, Professor Emérito de História da Arte da UFRJ, membro do Conselho Diretor da Association International des Critiques d’Art, em Paris. Exposições nas Galerias de Arte dos Sesc Teresópolis, em maio, Sesc Petrópolis em agosto e no Sesc Tijuca em novembro de 1995.
Catálogo da exposição
Dá o SESC mais um passo em favor da cultura ao publicar o presente catálogo. Desde sua criação, em 1983 - sempre sob a coordenação de Heloisa Pires Ferreira - a Oficina de Gravura da Tijuca serviu como centro de difusão de conhecimentos, de importantes mestres, para jovens artistas, que hoje recebem a consagração da crítica. Também em Niterói e Nova Iguaçu, oficinas cumprem sua função, com mérito. Há pouco, a entidade editou "Gravura Brasileira Hoje" e, além dessa obra, outras em breve irão enriquecer o patrimônio cultural e artístico nacional, com a marca do SESC.
No limiar de seu primeiro cinquentenário, o SESC procura, cada vez mais, mostrar à sociedade que agiram acertadamente os pioneiros que, com extraordinária visão de futuro, criaram as bases para que a entidade fosse erguida em solo fértil, gerando muitos frutos nas áreas de saúde, Cultura e assistência. Mozart Amara Presidente do SESC/ARRJ
Espaço Devastado - Gravura em metal: água tinta e buril -1988
30 x 42 cm -
Paraná - Gravura em metal: águas tinta e forte - 1994
18 x 24cm
Mario Barata contempla a Gravura exposta na Galeria de Arte Sesc Tijuca
Museu de Ate Contemporânea de Campinas "José Pancetti" congratula
Mirian de Carvalho na exposição em 1995
Secretaria Municipal de Cultura de Londrina agradece
Museu Postal e Telegráfico de Brasília desejando grande sucesso
Jayme Spector entre os participantes da exposição
Museu de Arte de Santa Catarina acusa o recebimento do convite
Exposição Individual de Heloisa em 1995
Folha de Santa Teresa divulga no Agenda no Trilho
Nancy de Carvalho contempla a exposição
Jornal do Brasil Danuza divulga a inauguração
Museu de Arte do Rio Grande do Sul cumprimenta pela exposição
Caderno B do Jornal do Brasil divulga nos dias 25 e 26/11
Jornal do Metrô divulga
Exposição na Galeria Sesc Tijuca do dia 07 a 28 de novembro
Dia 26 de novembro das 10 às 12h
Oficina de Gravura Sesc Tijuca Miriam de Carvalho falará sobre a gravura de Heloisa
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