Heloisa Pires Ferreira*
Através da arte, o ser humano vai se educando. Realiza o seu desejo oculto, tornando-o realidade. Inicia-se em um processo de conscientização de valores que estavam escondidos. Quando coloca sua emoção, trabalhando-a no concreto, dando-lhe a forma palpável, realiza um trabalho de expressão do que não é o pensar, mas sem deixá´lo e sê-lo, se o levarmos a efletir sobre o seu significado.
Os
signos, os sinais, os códigos individuais é que diferenciam um ser de outro.E é
esse trabalho de individualização, pessoal, de reflexão, de conscientização do
que realizou, que diferenciaum ser de outro ser.
O aparentemente inútil de um resultado de um trabalho de arte está repleto de trabalho, escolha do material, das formas, das linhas e do sentido a que se quer dar. Esse planejamento carregado de idéias não verbalizado, mas sentido, vai harmonizando o indivíduo a encontrar suas formas particulares de falar está linguagem emocional.
O indivíduo só se harmonizará se trabalhar o concreto dessa emoção. Esse arrumar formas, idéias, cores, linhas, planos e rearrumar. O organizar situações vai refletindo na sua personalidade em crescimento, permitindo que desanuvie os entraves que o impediram de enxergar.
Trabalhar-se é bem diferente de repetir. Ao engajar-se numa linguagem individual, particular e única, o indivíduo começa fazer parte da realização concreta de jogar para fora, os bloqueios que o impediram de raciocinar livremente. Quanto mais ele se afastar do pronto, do bonitinho, do enfeite, mais ele se torna um ser pensante cidadão do mundo.
A fonte de inspiração é o trabalho incessante de esvaziamento de conceitos e fórmulas conhecidas e uma busca dos sentimentos arcaicos que falarão dentro do grande silêncio do homem consigo mesmo. Falar visualmente é mais fácil que vrbalmente. Os encantos de uma grande dor podem ser os causadores de sofridos e belos esboços. O sofrimento de uma alegria pode ser a decepção de um rabisco estereotipado.
A arte humaniza e serve para desvendar as barreiras que impedem de ver a realidade plena do que anuvia a visão. É preciso intimidade com os elementos da natureza, como forma catalizadora de subsídios, para poder crescer e expressar-se.
Educamos quando permitimos que desejos, sonhos, fantasmas ou interrogações dos alunos criem corpo e tomem fromas e, a partir dessa forma, possa refletir sobre o que levou-o a executar. É um processo de entrada e saída, partida e chegada, ying e yang, positivo e negativo. Este executar e refletir sobre o que executou é que fará do ser humano um ser único e importante no seu meio.
*Heloisa Pires Ferreira é coordenadora da Oficina de Gravura Sesc/Tijuca e professora de artes visuais do Colégio Andrews, em 1977.
Coletiva Campus Túnel Rebouças
Universidade Estácio de Sá - 1997
Heloisa participa junto com gravadores da Oficina de Gravura Sesc Tijuca
Participa da exposição em 1998
Divulgação no O Globo - 27 de novembro de 1997
Exposição Viva Cazuza na GB Artes
1997
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