domingo, 26 de março de 2023

1997 - Jornal O Globo - Tijuca - 13/03/1997 - Reflexões de Heloisa Pires Ferreira - Coletivas: Universidade Estácio de Sá e Sociedade Viva Cazuza

Nebulosa II - Gravura em metal: buril e água tinta - 1997 - 39 x 30 cm  
Foto: Rubber Seabra
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Reflexões de Heloisa Pires Ferreira 
 
 Matéria publicada no O Globo Tijuca, quinta-feira, dia 13 de março de 1977 – Segundo Caderno

                       Heloisa Pires Ferreira*

    Através da arte, o ser humano vai se educando. Realiza o seu desejo oculto, tornando-o realidade. Inicia-se em um processo de conscientização de valores que estavam  escondidos.  Quando coloca sua emoção, trabalhando-a no concreto, dando-lhe a forma palpável, realiza um trabalho de expressão do que  não é o pensar, mas sem deixá´lo e sê-lo, se o levarmos a efletir sobre o seu significado.

          Os signos, os sinais, os códigos individuais é que diferenciam um ser de outro.E é esse trabalho de individualização, pessoal, de reflexão, de conscientização do que realizou, que diferenciaum ser de outro ser.

          O aparentemente inútil de um resultado de um trabalho de arte está repleto de trabalho, escolha do material, das formas, das linhas e do sentido a que se quer dar.  Esse planejamento carregado de idéias não verbalizado, mas sentido, vai harmonizando o indivíduo a encontrar suas formas particulares de falar está linguagem emocional.

          O indivíduo só se harmonizará se trabalhar o concreto dessa emoção.  Esse arrumar formas, idéias, cores, linhas, planos e rearrumar. O organizar situações vai refletindo na sua personalidade em crescimento, permitindo que desanuvie os entraves que o impediram de enxergar.

          Trabalhar-se é bem diferente de repetir. Ao engajar-se numa linguagem individual, particular e única, o indivíduo começa fazer parte da realização concreta de jogar para fora, os bloqueios que o impediram de raciocinar livremente. Quanto mais ele se afastar do pronto, do bonitinho, do enfeite, mais ele se torna um ser pensante cidadão do mundo.

          A fonte de inspiração é o trabalho incessante de  esvaziamento de conceitos e fórmulas conhecidas e uma busca dos sentimentos arcaicos que falarão dentro do grande silêncio do homem consigo mesmo. Falar visualmente é mais fácil que  vrbalmente. Os encantos de uma grande dor podem ser os causadores de sofridos e belos esboços. O sofrimento de uma alegria pode ser a decepção de um rabisco estereotipado.

          A arte humaniza e serve para desvendar as barreiras que impedem de ver a realidade plena do que anuvia a visão. É preciso intimidade com os elementos da natureza, como forma catalizadora de subsídios, para poder crescer e expressar-se.

          Educamos quando permitimos que desejos, sonhos, fantasmas ou interrogações dos alunos criem corpo e tomem fromas e, a partir dessa forma, possa refletir sobre o que levou-o a executar. É um processo de entrada e saída, partida e chegada, ying e yang, positivo e negativo.  Este executar e refletir sobre o que executou é que fará do ser humano um ser único e importante no seu meio.

                                                            *Heloisa Pires Ferreira é coordenadora da                                                                         Oficina de Gravura Sesc/Tijuca e professora de                                                                 artes visuais do Colégio Andrews, em 1977.


 


 Coletiva Campus Túnel Rebouças 

Universidade Estácio de Sá - 1997


Heloisa participa junto com gravadores da Oficina de Gravura Sesc Tijuca

Participa da exposição em 1998

 



Divulgação  no O Globo -  27 de novembro de 1997

Exposição Viva Cazuza na GB Artes 

1997



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